A Que Não Podia Amar (2011-12)

ATUALIZAÇÃO:

Exibição no Brasil: 08/04 a 12/11/2019

Aclamada por quem viu em maratona e em espanhol, A Que Não Podia Bombar, digo, Amar, passou quase batida no SBT. Com uma edição arrastada e uma dublagem fanha, o folhetim foi engolido por uma grade de reprises, que há anos deixou o público brasileiro extremamente acomodado. Lamentável!

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Ideia Original: Delia Fiallo

Produção Executiva: José Alberto Castro “El Guero”

Exibição no México: 01/08/2011 a 18/03/2012

I-M-P-O-S-S-Í-V-E-L não abrir esta coluna pontuando que a novela La Que No Podía Amar é uma novelas mais aguardadas aqui no Brasil.

La Que No Podía Amar Susana debocha– E o que o SBT acha disso?

La Que No Podía Amar eitaaa14– Nunca nem vi.

MAAAS, não vamos azedar este momento, e sim falar de coisa boa.

La Que No Podía Amar borrachos– Não, não é Ômega 3, linda!

Fui um dos torceu o nariz para este projeto logo que confirmado. Sigo Te Amando (Te Sigo Amando) (1996/97), sua versão anterior, ainda estava fresca na memória do público – e na minha. Venero o luxo-dark-rural-sangrento, assunto para outra coluna, se Adela Noriega (Deus) permitir!

Te sigo

Porém, o Guero foi buscar inspiração lááá no texto antigo da insuportável Delia Fiallo, que já havia originado também Monte Calvario (1986), com Edith González e Arturo Peniche.

Monte Calvario

La Que No Podía Amar Ana Bertha lacre.jpg– Remake? Sempre.

La Que No Podía Amar Ana Bertha expressões– Copy paste? Não!

La Que No Podia Amar char_4

la-que-no-podiaOBJETO

Uma boa história, uma produção bonita, belas locações, um elenco afinado e um casal… repetido… de uma novela que não fez sucesso!

juro

Só Freud explica porque escalar Ana Brenda Contreras e José Ron juntos outra vez, após o fiasco Juro Que Te Amo (2008). Em especial ele! Não adianta defender…

La Que No Podía Amar e nudes

La Que No Podía Amar e nudes2

La Que No Podía Amar e nudes3Nem ter esse corpo e esse rosto…

Ron não é grande ator, tampouco tem pegada de protagonista, e em NENHUM momento convenceu que Gustavo era o galã de La Que No Podia Amar.

La Que No Podía Amar e mais revelações

La Que No Podía Amar revelação20

La Que No Podia Amar reta final (10)

Minto! Nos 45 do segundo tempo, o bonitão emocionou ao receber um fora épico de Ana Paula (Breco).

La Que No Podía Amar último capítulo (48)

La Que No Podía Amar último capítulo (51)

Sim, o tempo todo ela (e toda a audiência) preferiu ninguém menos que Jorge Salinas, numa de suas melhores atuações, esbanjando carisma como Rogélio Montero.

La Que No Podía Amar oh delicia

La que no podia amar Rogelio sádico

La Que No Podía Amar meme total

La Que No Podía Amar momentos12

La Que No Podía Amar último capítulo (86)Personagem correspondente ao vilão Ignácio (Sergio Goyri) de Sigo.

Sua química com Brenda foi explosiva desde o começo e os roteiristas sabiam que dali poderia sair algo mais que mocinha e vilão.

La que no podia amar adoro (2)

La que no podia amar boda12

Igualmente carismática, a bela Ana Paula foi um sucesso! Ainda assim, fãs da quita-maridos Breco que me perdoem: como atriz, ela precisa variar mais a expressão facial…

La que no podia amar sofrimento

La Que No Podía Amar impactada

La que no podia amar sofro

O destaque na ala feminina foi mesmo Susana González.

La que no podia amar escenas 1

La que no podia amar escenas 8

La Que No Podía Amar Cinthia pronta pra cintar2

La que no podia amar Cinthia carões2

La Que No Podía Amar cintada2

La Que No Podía Amar meme3

Tanto carão que falta dedo pra printar!

Rejeitada em papéis de heroína, Susana encontrou em Cinthia a chance perfeita para brilhar. Começou apenas mimada, querendo arrumar marido. Passou à rival em potencial de Paula, obcecada por Gustavo, e chegou ao ápice matando, fugindo, rejeitando a filha e, óbvio, manipulando e desprezando sua “naaana” María (Ana Martín).

La Que No Podía Amar pica pau louco

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 43Ou seria “mamááá”?

Em 2011, a ordem na Televisa era esticar seus folhetins ao máximo. Para isso, La Que No Podía Amar usou e abusou de artimanhas!

La que no podia amar Ana Bertha carões– Mesmo sem virar circo.

La que no podia amar escenas (17)– Mentira! Teve circo sim…

A princípio, María jamais dera indícios de ser a verdadeira mãe de Cinthia. Lá pelas tantas, elas começaram a trocar farpas, indiretas e bingo: o graaande segredo foi revelado, no dia da festa de casamento da doida com Gustavo.

La Que No Podía Amar Cinthia endoidando de vez

La Que No Podía Amar muerte Efrain

É, Cinthia foi ficando maluca…

La Que No Podía Amar boda Cinthia– Não tanto quanto o Guero…

La que no Podia Amar adoroAfinal, ela amava Efraín (Fabián Robles) ou Gustavo?

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 7– Nem os roteiristas sabem!

Mesmo sem potencial, tramas paralelas também serviram para prolongar La Que No Podía Amar nem acabar. Alguém ligava para Mercedes (Anais) e Ernesto (Alejandro Ávila no papel de sempre, só mudando a profissão)?

La que no podia amar Alejandro Avila

La que no podia amar Anahis DivididaSe ela tivesse dado um pega no amigo Estebán (Marco Méndez), maybe…

La que no Podia Amar Marco Mendez adoro

Todavia, ele acabou com Chío (Elena Torres), personagem que ninguém imaginava, mas resultou aparecendo diariamente. Plot interezzzante, assim como Macária (Paty Díaz) traindo o marido Ulises (Gemán Gutiérrez) com Efraín. Esse sim, passou o rodo!

E dá-lhe minutos de arte com bobagem!

Autoestima pra que, né, mores? Vanessa (Mar Contreras em papel acima de sua capacidade) passou meses em vão atrás de Rogélio e atormentando sua meia-irmã Ana Paula.

La Que No Podía Amar momentos10

La Que No Podía Amar mas gente5

La Que No Podía Amar segurando o celularAliás, parabéns pelo esforço em deixá-las parecidas, @produção.

La que no podia amar escenas 9

Jorge Aravena sobrou lindamente. Ninguém contesta o desperdício dele e Ingrid Martz serem rebaixados a coadjuvantes após Zacatillo (2010). Vendo seu David degringolar sem função, o gostoso pediu pra sair.

La Que No Podía Amar momentos3E foi atendido com louvor!

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 36

O pior nasceu do melhor. Parecendo regenerado de vez, Rogélio fez uma cirurgia para voltar a caminhar. Entretanto, Bruno (Julián Gil, com um cabelo que mudava junto à sua personalidade!) sabotou o pós-operatório (!)… e o ex-vilão seguiu paralítico…

La Que No Podía Amar emoção3… Voltando a ser mau!

As cenas nas quais ele desprezou Ana e o filho Margarito (Juan Bernardo Flores) foram de doer…

La Que No Podía Amar último capítulo (1)… De desnecessárias!

O ânimo da produção também esfriou com o esticamento. Era evidente que os figurantes só transitavam pela parte de fora da fazenda. E rolou até câmera vazando em uma cena chave!

La Que No Podía Amar erro grotesco– Mejía, é você?

Quando tudo parecia encaminhado, Vanessa ressuscitou um assunto de 100 capítulos atrás: Rogélio foi o responsável pela prisão de Miguel (Osvaldo Benavides, retornando após um hiato, no costumeiro rol de problemático). E Paula se revoltou em pleno casamento religioso.

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 29– Eu sou A DonaaaERROR 

Na cadeia outra vez, Miguel quase morreu. Descobriu que sua inusitada e ambiciosa tia Rosaura (Ana Bertha Espín, simplesmente óóótima) era cúmplice de Bruno em inúmeras falcatruas. Enfim livre, ele foi…

La Que No Podía Amar último capítulo (2)… assassinado pelo vilão!

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 59

A gente sentiu a tentativa de poesia. A cena lembra a épica morte de Alberto (Juan Manuel Bernal) em Sigo Te Amando… Mas em plena luz do dia? E só a tia viu?

La que no podia amar xo Creyca– Ah, não!

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Benavides também esteve na versão anos 1990, no papel de Lázaro, um órfão com problemas mentais.

Ok! Mesmo com falhas, La Que No Podía Amar foi um novelão da po***! Teve romance, reviravolta, antagonista que virou galã, mas, principalmente, uma história e um elenco muito superiores ao que a Televisa vem oferecendo ultimamente!

La que no podia amar expressão Ana Brenda– Dá vontade, né, @?

Abaixo, mais alguns momentos épicos do ícone, principalmente do casal improvável que conquistou a todos.

La que no podia amar Ana Paula y Rogelio en la cama3

La Que No Podía Amar momentos19

La Que No Podia Amar reta final (1)

La Que No Podía Amar último capítulo (101)

La Que No Podía Amar último capítulo (79)

La Que No Podía Amar último capítulo (65)

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 15

La Que No Podia Amar ultimos capítulos 14

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La Que No Podía Amar último capítulo (108)

La Que No Podía Amar último capítulo (107)

Lucas Santos
Sou um Redator Publicitário paulista, graduado pela PUCPR. Também possuo formação técnica em Produção Audiovisual, sou noveleiro há mais de 20 anos e autodidata em espanhol. Tenho inclinação por folhetins mofados, séries canceladas e filmes que saíram de moda. Atualmente, também publico fanfics aqui.

Meu Coração É Teu (2014-15)

Título Original: Mi Corazón Es Tuyo

Ideia Original: Ana Obregón

Produção Executiva: Juan Osorio Ortiz

Exibição no México: 30/06/2014 a 01/03/2015

Exibição no Brasil: 29/02 a 29/08/2016

“Meu Coração É Teu” foi um dos maiores sucessos exibidos recentemente pelo SBT. Mesmo antes de chegar nas nossas terras, o folhetim já havia conquistado muitos países, tanto nessa versão, quanto na original, a série “Ana Y Los Siete”.

Razões não faltaram para esse êxito todo. A trama soube equilibrar bem os momentos de humor com drama, numa linguagem light, que toda família poderia assistir. De cara, os acontecimentos iam rolando em um ritmo acelerado, mantendo o interesse do telespectador a cada capítulo.

– Mas que delícia de novela que, em poucos dias, a mocinha já ganha o coração dos sete irmãos e ainda vê um nude do chefe ao vivo!

O elenco também foi um acerto em cheio! Silvia Navarro, apontada por alguns como uma grande atriz e como uma grande exagerada por outros, se esbaldou na pele da protagonista Ana.

Aqui, ela pode mostrar um lado cômico, pouco explorado na Televisa, sua sensualidade na dança e todas as veias saltando na testa, em cenas dramáticas.

– Pesado, porém real.

Jorge Salinas também mostrou outras facetas como Fernando, um galã aparentemente engessado que, no fundo, era sensível e até divertido.

As sequências românticas entre o casal, além de aguardadas, resultavam quentes, românticas, cômicas, fofas… Tudo na medida certa!

E não parou por aí! Pablo Montero veio com tudo como Diego, o irmão e rival de Fernando.

Na luta pelo coração de Ana, o fotógrafo ganhou a preferência de muitos! Já na reta final, fomos presenteados por um sonho muuuy caliente de Isabela (Mayrín Villanueva), no qual Diego surgia assim…

– Não foi à toa que ele ganhou uma enquete no site da Televisa, risos!

Na ala madura, Norma Herrera se unia ao time mais tarde, vivendo Soledad (ou Soledade), a mãe que a mocinha tanto sonhava reencontrar. Apesar do talento inquestionável, a primeira atriz dificilmente ganha um papel fundamental. Em “Meu Coração”, ela rendeu momentos emocionantes!

– Si sientes fríooo, y hay mucha nieblaaaa…

Rafael Inclán esteve muito bem como Nicolás, patriarca da família Lascuráin, que chegava a conquistar o coração da ótima Jennifer (Fabíola Campomanes), a BFF de Ana. E mesmo Carmen Salinas teve um desempenho acima da média como Yolanda.

– Jura?

Juro juradinho! É só comparar as situações realmente engraçadas da atriz e deputada mexicana neste folhetim, com os que outros produtores tentam enfiar goela abaixo no público.

Eu não disse Mejía em “No Limite Da Paixão” e “Mundo De Feras .clo

Em geral, os sete irmãos foram muito bem escalados, a começar pela pequena Luz (Isabela Tena).

Fanny (Paulina Goto) e Nando (Polo Morín), os mais velhos dos sete, cativaram e roubaram a cena, por diversas ocasiões.

Como não amar esse HÉSH TÉG?

De igual modo, foram os que mais irritaram quando a novela ganhou um esticamento!

– Só observo que de 10 novelas esticadas no México, 11 acabam se perdendo!

Neste caso, a questão nem foi o enredo se perder, e sim queimar ganchos importantes rapidamente, para mais tarde prolongar situações insuportáveis! Exemplo: León (Juan Pablo Gil) começava como o galãzinho de subúrbio perfeito para Fanny. Depois surgia mãe, ex-mulher, filho, vizinha, cachorro, papagaio… Quando isso tudo estava devidamente desgastado e o coração da patricinha partido, os roteiristas ainda acharam jeito dela ficar com ele no final.

!!

Após se apaixonar pela descompensada Ximena (ou Helena, Daniela Cordero), Nando acabava deixando de ser nerd e… se envolvendo com a gótica suave Edith (Bea Ranero).

O resto da história? Um clichê e uma feira sem fim!

O triângulo amoroso entre a heroína e os irmãos Lascuráin também se desgastou, graças ao comportamento exacerbado tanto de Fernando, quanto de Diego. Um conservador demais, o outro, alternativo forçado! Nos bastidores, Pablo Montero também exagerou no álcool e acabou afastado por um bom tempo.

– Ui!

Tirando o tema de encerramento cantado por Sebastián (ou Sebastião, Emilio Osorio), deliciosamente desafinado, a presença de María José Mariscal como Saraí não acrescentou em nada! O mesmo poderia ser dito de Ángel (Jorge Aravena) e Magda (Luz Elena González).

Todavia, vamos dar um descontinho depois desta cena! E Lisardo fez de tudo como o vingativo Enrique. Engravidou a vilã, tentou seduzir Fanny, acabou louco, matando gente…

– E não convenceu em nenhuma das situações!

Só que nada no mundo das barrigas noveleiras supera o “crescimento” de Isabela…

Em papéis de antagonista, Mayrín Villanueva costuma convencer, porém em “Meu Coração É Teu”, faltava motivação. Em poucos meses, a víbora já tinha amarrado Fernando com o clássico golpe da barriga, casado com ele, cativado o ódio dos sete e travado uma guerra com “la nana”.

Após o divórcio com o galã e sem possibilidades de voltar com ele, a víbora acabava desocupada.

– Ué, ela não era estudada? Não podia quitar outras fortunas por aí?

Mas gente, quem precisa de disso se pode passar metade da trama tentando revelar o graaande segredo da mocinha, apenas para irritá-la?

– Rá!

A personagem virou tapa-buraco. Interessada por  Johnny (Adrián Uribe), agora novo par romântico de Jennifer, começou a falar com a câmera. Acabou pobre e… gorda.

Grandes castigos gordofóbicos mexicanos.

Após Fernando finalmente descobrir que Ana era dançarina, em takes inesquecíveis, capazes de render os melhores memes…

… o restinho de novela começou a parecer desinteressante.

Mas é aquela coisa… Quando o público compra uma história desde o princípio, não há enrolação que os afaste! Furos no roteiro à parte, “Meu Coração É Teu” foi um fenômeno absoluto.

– Aliás, o último da Televisa!

No SBT, consolidou a faixa das 18h, acabou com o mito que só títulos pseudo-aguardados hitam e tornou os nomes de Silvia Navarro e Jorge Salinas enfim conhecidos no Brasil.

“Dónde solo tu tendrás… [PARADA DRAMÁTICA NA QUAL O CASAL SE BEIJA E ISACHATA FICA PISADA] … mi <3…”

Por Lucas Santos

Graduado em Publicidade e Propaganda, pela PUC-PR. Utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui ainda formação em produção audiovisual. Vê novelas há mais de 20 anos, tem autodidatismo em espanhol e também arrisca escrever ficção.

Twitter: @folhetinsmx
Wattpad: @superls

Zacatillo, Un Lugar En Tu Corazón (2010)

Ideia Original: Pedro Pablo Quintanilla

Produção Executiva: Lucero Suárez

Exibição no México: 01/02 a 30/07/2010

Não exibida no Brasil

Este folhetim de sucesso continha todos os ingredientes de uma trama rosa, entretanto a mocinha estava bem longe de ser “una peladita”.

– Como assim?

Interpretada pela ótima Ingrid Martz, Karla é uma cantora famosa, bem-sucedida, com um cabelo peruca fake lindo, porém sem família, que sonha encontrar um grande amor. Sua empresária Miriam , papel da estigmatizada Laura Zapata, controla sua agenda… e sua vida!

Karla nem imagina, mas aliada a Fernando (Mike Biaggio), a víbora tem roubado quase todos os lucros da sua carreira, afasta Sara (Christina Pastor), sua única prima, e o pior: planeja a sua morte, almejando ficar com toda sua fortuna.

– Mas que desgraçada!

Em um dos seus últimos shows, a estrela conhece o agroboy Gabriel (Jorge Aravena, com um cabelo teoricamente mais jovial e um corpo maravilloso!). A paixão acontece à primeira vista, mas ele está compromissado com a interesseira Adriana (Carmen Becerra, a eterna “Querida Inimiga“).

Ou seja, temos uma heroína órfã, apaixonada por um bonitão rico, que tem uma noiva fútil, e está marcada para morrer por uma velha diabólica.

– Mais um pouco e teríamos um remake de “Marisol”!

Só que não! Os roteiristas souberam conduzir e ambientar a trama no universo pacato do povoado de Zacatillo, que dá nome à novela. Um lugar repleto de figuras simples, fofoqueiras e engraçadas.

– Engraçadas? Nessas comédias da Televisa?

Acredite! Em “Zacatillo”, as histórias eram realmente divertidas, justamente pela simplicidade dos personagens, metidos em situações pra lá de inusitadas!

Destaque para Beatriz Moreno como a carismática Pepita. Influenciada pela irmã beata Lichita (María Alicia Salgado), a solteirona passava da meia idade virgem!

Sedenta, acabava sequestrando o stripper Alain (José Carlos Femat), disposta a conquistá-lo. O mais surpreendente era que o saradão acabava envolvido pela ternura de sua algoz e a livrava da cadeia.

Em um capítulo super emocionante, eles quase se casavam! O sucesso foi tanto, que Alain permaneceu no lacre até o final, assumindo outras funções.

– E que sucesso…

Já Pepita, encontrava o verdadeiro amor ao lado do irreverente Lorenzo (Adalberto Parra). Mas voltemos aos protagonistas! O plano de Miriam quase dava certo e Karla era dada como morta, para a tristeza dos fãs e do povo de Zacatillo, principalmente Gabriel. Acontece que, quem morria mesmo era uma who, namorada do homem pago pela vilã para dar um fim Karla. Ambos eram devorados por tubarões (!!), e a cantora passava dias desidratada, em uma praia na qual não era reconhecida. Retornando à capital, a diva derrotada se deparava com a notícia de seu próprio falecimento.

Com a ajuda da assistente Natalia (Susy-Lu), ela descobria a verdadeira face de Miriam, mudava radicalmente de look e roubava a identidade de sua prima.

Sim, Ingrid Martz morena!

“Sara” decidia proteger sua vida vivendo em Zacatillo, atribuindo sua semelhança à Karla por serem primas.

Tudo devidamente justificado, colocando o enredo um degrau acima dentre tantos que abordam falsas mortes!

Explorando o buzz causado pela “morte” de Karla, Miriam decidia rodar um filme sobre a diva, repleto de ganchos polêmicos e falsos, com direitos à cenas no povoado.

– E claro que isso rendeu!

Nem precisa dizer que “Sara” acabava trabalhando e se envolvendo com Gabriel, para o desespero de Adriana e sua mãe, a divertidíssima Rosa, papel no qual a inesquecível Mariana Karr esbanjou talento, caras e bocas!

Enquanto isso, Paty Navidad vivia Zorayda, ex-vedete e primeira dama da cidade.

Excelente e exagerada na medida certa!

Apesar da diferença de idade, ela realmente amava o marido Abundio (Héctor Ortega), protegia Karla, desconfiava da suposta candura de Adriana, cuidado do filho, enfrentava um câncer…

Uma heroína à parte!

Tencha (Arleth Terán) e Carretino (Arath De La Torre) também roubaram a cena. O casal vivia em pé de guerra, se separava, fazia as pazes, perseguia um tesouro…

Mas o gancho principal nunca perdeu importância. Ingrid e Aravena fizeram jus à oportunidade e arrasaram!

Isso que Ingrid nem canta de verdade!

– Que que vocês estavam fazendo no chão, hein?

Lástima que a Televisa prefira dar mocinhos a qualquer um vulgo Lyle, Notni, Vélden, Renauld, Pancherrí, Palacios e etc. do que investir em quem realmente tem talento.

Carmen Becerra reafirmou sua habilidade em interpretar falsianes e, comparada à Sara de “Inimiga” (2008), mostrou amadurecimento em cena. E pasmem: Zapata esteve impecável!

– Bege!

A direção dosou o histrionismo de sempre e explorou o potencial da veterana barraqueira e homofóbica.

O que dizer do barraco PER-FEI-TO que a bruxa armava ao descobrir que Karla estava viva?

Teve até uma fase desmemoriada, seguida de freira assassina, super cirqueira! Pena que o projeto foi esticado e ela não ficou até o fim.

Aliás, como na maioria dos títulos mexicanos, são nesses esticamentos que as coisas desandam!

Alejandro Ibarra até começava bem no personagem homônimo, advogado e BFF de Gabriel, também apaixonado por Karla. Todavia, após o ressurgimento da bela na capital – outro momento memorável -, o cara ia se tornando um saco!

– E eu achando que só tinha mudança de personalidade em bodrio da Nesma…

Com a entrada de suas parentes Belarmina (Isaura Espinoza) e Engracia (Adanely Nuñez, num visual digno de “Chiquititas”), Alejandro assumia o antagonismo, manipulando e fazendo Karla até de refém nos últimos momentos!

Ainda assim, o saldo de “Zacatillo, Un Lugar En Tu Corazón” foi super positivo!

– E por que o SBT não se interessou por ela?

Na verdade, se interessou e até mandou dublar, em 2016. Mas dizem que com tanta torcida contra de creyças que adoram mesmice fãs de outras novelas, a emissora optou por engavetá-la, considerando-a fraca para assumir a vaga de “Mar De Amor” (2009/10).

– E Querida Barriga era mais forte?

– Hum…

Shades à parte, aqui temos um título original, cômico, com uma espinha dorsal clássica e familiar…

 – E MUITO melhor do que estão trazendo para cá ultimamente!

– Quer, SBT?

ATENÇÃO: Você pode conferir as primeiras cenas de “Zacatillo, Un Lugar En Tu Corazón” no link abaixo! Elas foram extraídas do compacto em DVD oficial da novela. O vídeo foi gerado e subido sem NENHUM interesse econômico, e todos os direitos são reservados e da Televisa. Enjoy! 😉

Clique aqui!

 

Por Lucas Santos

Graduado em Publicidade e Propaganda, pela PUC-PR. Utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui ainda formação em produção audiovisual. Vê novelas há mais de 20 anos, tem autodidatismo em espanhol e também arrisca escrever ficção.

Twitter: @folhetinsmx
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Rubi (2004)

Ideia Original: Yolanda Vargas Dulché
Produção Executiva: José Alberto Castro

Exibição no México: 17/05 a 22/10/2004
Exibição no Brasil: 14/02 a 13/05/2005

Existem dois tipos de novelas mexicanas: as extremamente conhecidas, mesmo por quem sequer as assiste, como “Maria Do Bairro”, e aquelas que somente os fãs cativos do gênero veem e comentam. Neste quesito, pode-se dizer que “Rubi” está bem em cima do muro!

Quando “El Guero” iniciou o casting para esta versão, atrizes como Anahí, Thalía, claro, e até Nailea Norvind foram cogitadas.

– Projeto bastante comentado antes mesmo das gravações!

A escolha resultou inesperada porém acertadíssima! Barbara Mori, talento made in TV Azteca, mostrou serviço, encarnando uma jovem malvada, super sensual e adequada à proposta do folhetim.

Aliás, boa parte do elenco arrasou! Provando que era mais que um cabelo oxigenado, Sebastián Rulli se saiu muito bem, encantando e irritando na pele de Héctor (ou Heitor, na clássica dublagem Herbert Rirchers).

Ao contrário dos galãs corpulentos daquele momento (Fernando Colunga, Jorge Salinas etc.), o loiro chamava a atenção com seu físico magro, mas absolutamente definido.

Outro shape impressionante foi o de Marlene Favela como Sonia. Após protagonizar o fenômeno “Gata Selvagem” (2002/03), a atriz voltava à Televisa, numa espécie de estágio, fazendo duas atuações especiais consecutivas, em “Velo de Novia” (2003/04) e “Rubi”.

Curiosamente, ela fazia par com Eduardo Santamarina e acabava morrendo em ambas!

Favela evoluiu profissionalmente e chegou a protagonizar “Contra Viento Y Marea” no ano seguinte. Todavia, não decolou em solo mexicano.

Morta, literalmente!

Por falar em Santamarina, o galã esteve competente e atraente na pele de Alejandro (ou Alessandro).

Rotina.

Tanto com ele, quanto com Rulli, a química da Mori era explosiva!

Na ala madura, Ana Martin brilhou (por pouco tempo, infelizmente!) como Refugio (ou Rosário), mãe de Rubi e Cristina (Paty Díaz).

Seu carisma e enfretamentos com a anti-heroína renderam ótimos cenões!

Foi a única atriz a emendar três sucessos internacionais naquela época: “Amor Real” (2003), “Rubi” e “A Madrasta” (2005).

– Você quer?

Ana Bertha Espín e Olivia Bucio lacraram como Elisa e Carla, respectivamente.

A primeira, uma esposa traída. A segunda, uma portadora de Alzheimer, com texto informativo sem ser chato, participando inclusive da inesquecível morte de Sonia.

Gente, não sei vocês, mas eu o-de-io quando a ponte de cristal da minha casa quebra em pedacinhos e mata alguém .risos

As idosinhas Josefina Echánove e Leonorilda Ochoa viveram Pancha (ou Magda) e Doña Lola. Elas sabiam desde o princípio que Rubi não prestava, e viveram momentos cômicos (voluntariamente ou não) ao lado da descarada.

E já que tocamos no assunto momentos, relembremos alguns icônicos, como os primeiros carões e looks de Rubi…

O delicioso jogo de sedução entre ela e Héctor…

Cenas que renderam aos telespectadores na puberdade deliciosas… fantasias!

O chilique da descarada, ao perceber que não perderia a virgindade com Alejandro…

Os barracos no enterro de Refugio e na festa à fantasia…

O merecido castigo de Rubi, desfigurada e sem perna…

E, claro, o melhor: Maribel (Jacqueline Bracamontes) surpreendendo a “amiga” e o noivo Héctor no aeroporto!

O buquê de noiva acabava assim:

Memorável!

Na primeira fase, aliás, a produção de “Rubi” tinha esmero nos cenários, mais convincentes que o habitual da Televisa. A composição de cenas e a trilha instrumental lembravam filmes a lá “Assédio Sexual”, principalmente quando a anti-heroína enquadrava seu alvo.

O grande porém foi que, ao contrário do que as creyças seus fãs pintam, a trama não foi um sucesso pleno!

– Pois é!

De olho na audiência, Guero tomou providências, substituindo o cult por mais do mesmo. Exemplos: a mansão de Maribel era uma casa de verdade, mostrada em várias locações.

Depois, os personagens que ali habitavam, passaram a contracenar em um apertado escritório, feito com o bom e velho papelão San Ángel.

O curioso é que, no contexto, a casa era a mesma!

– Quem em sã consciência prefere aquela saleta a este luxo?

Toda novela de sempre precisa de uma mocinha sonsa, e Bracamontes sabia disso…

A eterna rival da descarada fazia a mesma cara a cada take.

Seu sorriso era quase sempre igual, inclusive madura, nas últimas cenas.

– E todo mundo elogiou, tá?

O cinismo de Yago Pieatrasanta (ou Thiago Pietrosanto, Sergio Goyri) não conquistou a ninguém!

Surgia então Manuel Landeta, com a mesma função, só que sexy, cativante e careca (risos).

Lucio, El Conde de Aragón (ou de Aragão) manipulou todos ao seu redor até os momentos finais.

Aqui, seu ferimento causado por Bermúdez (ou Belmiro, Carlos Cámara, sdds!), cena cortada pelo SBT.

E acá, a groselha revelada na sua camisa…

Falando em coisa mal feita, a base utilizada em Elisa na segunda fase estava uns três tons errada…

Nada que supere os cachos de Rubi, ensebados de creme rinse…

Nada mesmo?

Gente…

Mori entendeu que sua protagonista era apenas uma vilã invertida. A personagem-título queria ser rica e, ao contrário de “Teresa” (2010), não fazer mais nada da vida! A atriz então berrou e exagerou. A audiência respondeu, explodindo na reta final – inclusive no Brasil, nas exibições de 2005 e 2013!

Acima, a reação de seus fãs, quando ela não quis mais saber de TV…

Yadhira Carrillo roubou a cena como Elena. A personagem estava abaixo de sua capacidade, mas ela aceitou e pisou!

No penúltimo capítulo, Elena e Rubi discutiam e davam aquelas estaladas de dedos bem mexicanas (que você já imitou na frente do espelho, eu sei), uma na cara da outra.

E então veio a aguardada cena da queda da descarada…

 – Por que ela caiu?

– E por que não gritou?

– Sei lá eu!

Sem dúvidas, “Rubi” marcou, talvez mais em repercussão via internet que em rating – o que, atualmente, acontece muito.

Mas, contrariando sua fanbase, foi uma novela com inúmeros clichês (a gravidez de Rubi na reta final que o diga!) e falhas de produção.

– Assim como qualquer outra!

ATENÇÃO: No link abaixo, você pode baixar e conferir o resumo oficial dos dois últimos capítulos – com direito à cena da Elena discutindo com Rubi que, até onde lembro, nunca foi exibida no Brasil! Subi este vídeo sem NENHUM interesse comercial. Os direitos são totalmente reservados e da Televisa. Enjoy! 😉

Clique aqui

Por Lucas Santos

Redator Publicitário. Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos e tem autodidatismo em espanhol.

Mar De Amor (2009-10)

Ideia Original: Delia Fiallo

Produção Executiva: Nathalie Lartilleux

Exibição no México: 16/11/2009 a 02/07/2010

Exibição no Brasil: 16/05/2016 a 21/11/2016

Em alta após produzir o fenômeno “Cuidado Com O Anjo”, a eterna esposa de Salvador Mejía decide avançar um passo, assumindo uma novela noturna, com adaptação de Alberto Gómez (o mesmo de “Gata Selvagem” e outros circos venezuelanos) e Calú Gutiérrez (farinha do mesmo saco, mas acostumada a trabalhar no México).

– Nathalie à noite? .lendo

O primeiro acerto de “Mar De Amor” foi usar e abusar de clichês. A mocinha pobre, o galã bobo, vilãs belas, com muito laquê, diferenças entre classes, barracos… Isso tudo o garantiu o seu sucesso ao redor do mundo.

Algumas escalações do elenco também contribuíram para a popularidade do folhetim. Zuria Vega teve sua primeira protagonista, Estrella Marina (ou Estrela Marinha) e não fez feio. Bela, carismática, chorando e divertindo na hora certa.

Além do bronzeado super natural!

O que dizer de Mariana Seoane como Oriana? Soberba! Linda, sensual, barraqueira, apaixonada e…

Loca, loca, loca de deseo…

Apesar de cometer grandes injustiças nas primeiras semanas, como dar uma surra na maravilhosa Tránsito (Yerelka Yeraldine), a diva logo se arrependia. Se tornava defensora da Estrelinha marinheira e vivia diversos momentos marcantes, chegando a sequestrar seu amor Santos (Arturo Carmona, gatíssimo com e sem farda), impedindo seu casamento com Reyna (Yuliana Peniche).

Poderosa.

Sofrida.

Verdadeira protagonista define.

Ninel Conde e Manuel Landeta foram os vilões Coral/Catalina e León Parra. Grandes atuações? Não mesmo! O contexto pedia exagero, histrionismo, lágrimas de colírio e corpos bem feitos na mesa de cirurgia e na academia.

Requisitos que ambos fazem muito bem!

A novela chegava a girar ao redor de Coral e sua falsa loucura (que se tornava verdadeira depois, risos). Dava em cima de metade do elenco masculino – incluindo o apagado Antonio (Sergio Reynoso), padrinho de Estrella -, e manipulava os sentimentos de seu insuportável filho e do pai Mojáras (Ignacio López Tarso).

A solução foi convocar o Dr. Hernán, papel ofuscante de Marcelo Córdoba, para… hipnotizá-la.

!!!

Eis o ponto mais forte do circão: tudo podia acontecer! Teve Hernán virando vilão, Coral afrontando Luz (Raquel Olmedo, sempre ótima) e praticamente abduzindo Santos…

Ensina como faz para enfeitiçar um boy desses, miga!

Além de coadjuvantes ganhando espaço.

Desta vez, Alberto Gómez chegou a se perder com tanto personagem!

“María Del Mar” (1978), primeira versão do sucesso, empregou vários atores amigos de Delia Fiallo.

Em 2009, Nathalie manteve a proposta, com uma grande quantidade de secundários…

Elenita (Florencia de Saracho) foi a mais interessante e viveu sua própria epopeia. Ingenuamente apaixonada por Salvador (Ramón Valdez), engravidava, era expulsa de casa, presa, dada como morta (!)…

Todavia, acabava feliz ao lado de Marco (Mauricio Mejía, antes de sair do armário).

Estrella viveu um autêntico calvário. Quase estuprada por León, abandonava a praia em busca outra vida, mas era humilhada numa fábrica por Simona (Renata Flores, deliciosamente acima do tom).

Teve sua amiga Silvia (Claudia Ortega) assassinada em seu lugar, perdeu a memória, sofreu inúmeros atentados…

E o pior: não teve um galã a sua altura.

– E isso foi só o começo dos problemas…

Mario Cimarro NUNCA esteve à vontade como Victor Manuel.

Sua cara em fotos já demonstrava…

Era muito, mas muito inexpressivo, se movimentava pouco diante às câmeras, não tinha química com ninguém e seu cabelo parecia estar sempre sem lavar.

Nathalie mostrou toda sua incompetência falta de jogo de cintura diante de águas turbulentas!

Se Hernán era bonito e gostoso, vivido por um ator competente, e Victor um tapado, feito por um estrelista, que chegou a brigar com Ninel e Zuria nos bastidores, por que ela não promoveu o primeiro à galã e impitimou o outro?

Dentre outras possibilidades…

– Típica produtora que só faz sucesso fácil!

Cimarro pediu demissão antes do último mês de gravações. Como a cena na qual os protagonistas se casavam já estava pronta, a “solução” foi a mais patética: entupir os últimos capítulos com flashbacks e destaque à Roselia (Mar Contreras) e Federica (Amairani).

– Por isso, no México, o rating despencou!

Na verdade, em seu país natal, “Mar De Amor” jamais hitou. Algumas razões: o gancho de Leon, queimado cedo demais. Passou metade da história se escondendo e tentando matar Estrella, em sequências completamente mal executadas.

Pelo menos sua parceria com Simona (a mesma da fábrica, que também foi empreguete de Hernán) trouxe diversão aos acontecimentos.

– Meu carequinha lindo!

Ganchos como o de Esperanza (Georgina Salgado), primeiro violentada por Leon e depois em crise com marido e sogra, só trouxeram lentidão e senso comum à trama. O plot “Quem matou Hernán?” perdeu todo o sentido com o passar do tempo. A assassina resultou ser a insípida Mercedes (Victoria Díaz), o que não teve nexo, nem participação de Victor, acusado pelo crime anteriormente, pois foi justo quando Cimarro abandonou o barco!

Vale comentar que Érika Buenfil como Casilda, mãe desequilibrada de Estrella, após perdoar o estupro romantizado sofrido por Guillermo (Juan Ferrara), se curava, casava com ele e virava uma reles conselheira!

– Lamentável!

Histórias sem limites como esta funcionam melhor na barra vespertina da Televisa.

Entretanto, doa a quem doer, “Mar De Amor” foi um êxito internacional e no SBT!

– Na internet, não faltaram haters.

– Talvez você, caro leitor, seja um…

– Kkkk!

A dublagem paulista, produzida para exibição na África, e traduções quase nula de nomes de pessoas e lugares gerou críticas on-line. Vale lembrar que novelas transmitidas em regiões africanas, marcadas por guerra e sofrimento, não podem ter vozes em tom alto e esganiçado.

– Qual o problema deu chorar para dentro e minha filha se chamar María Del Mar?

Para creyças indivíduos, que tentaram boicotar “Mar” desde o primeiro momento, vários…

– Mas para donas de casa, nenhum!

O título cravou 7,5 de média geral no Ibope, número que só não foi maior, graças à grade voadora que perdeu muita audiência no decorrer de 2016.

– Obrigada, Brasil!

Agradeço à @telesoda, que, desde sempre, me ajuda com as imagens.

Por Lucas Santos

Redator Publicitário. Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos e tem autodidatismo em espanhol.

Lágrimas De Amor (2012-13)

Título Original: Corona De Lágrimas
Ideia Original: Manuel Canseco Noriega
Produção Executiva: José Alberto Castro

Exibição no México: 24/09/2012 a 24/02/2013
Exibição no Brasil: 03/10/2016 a 13/01/2017

Vindo do sucesso noturno “La Que No Podia Amar”, “Guero” Castro precisou demonstrar mais versatilidade que nunca, a cargo de um folhetim feito para as tardes, tendo como protagonistas uma mãe sofrida e seus três filhos. O resultado? Um novelão dos melhores!

Como Refugio (adaptado para Regina, aqui no Brasil), Victoria Ruffo voltaria a encher baldes com seu pranto. Ou melhor, desta vez ela seria coroada por mais e mais lágrimas, risos.

– E lá vamos nós!

O diferencial positivo com relação aos seus repetidos papéis de mãe estava no contexto de “Lágrimas”: mulher pobre, expulsa de casa pelo companheiro (Alejandro Ávila, em participação especial, super sexy de regata), obrigada a se virar como podia para sustentar sua prole, chegando a aguentar o assédio moral e sexual no trabalho.

– Desta vez, nada de filho roubado ou então achando que eu sou madrinha ou a madrasta!

Refugio conquistou o público com sua garra e simplicidade. Os elementos da mãe latina estavam todos ali, desde a construção de sua personalidade, até a ambientação de sua casa.

Como o clássico quadro da santa ceia, que adorna lares de tantas “madres” mundo afora. ❤

Os irmãos Chavero, cada um ao seu modo, também caíram no gosto da audiência. Era humanos, carismáticos e, claro, gatíssimos!

Josemaría Torre Hütt começava insuportável como Edmundo, mentindo e gastando o dinheiro da mãe. Acabava envolvido em crimes, preso, porém regenerado, vivendo um avassalador romance com Lucero.

Shippando!

Ela, por sua vez, revelou o crescimento como atriz de África Zavala. Não foram poucos os seus momentos emocionantes ou de comédia involuntária vividos ao lado de Magos (ou Margarida, Ericka García), sua BFF, ou sua mãe Julieta (Maribel Guardia, sempre bela e botocada), amiga incondicional de Refugio.

– Nossa! Arrasei!

Mané De La Parra teve sua melhor oportunidade como Ignacio, ou melhor, Nachito, o filho bondoso e espontâneo da heroína chorona.

– Um filho caçula que faz tudo pela família, e ainda assim só se f***.

Seus trejeitos, sorriso bobo e vocabulário parco despertaram o amor do público e, principalmente, o de Consuelo, a maravilhosa Chelo no original, tão bem defendida pela expressiva Cassandra Sánchez Navarro.

Na vida real, ambos são parentes de nomes consagrados, mas aqui, conseguiram caminhar por pernas próprias!

No entanto, o filho mais interessante foi mesmo Patrício, o rouco e padrãozinho Alejandro Nones. Seu papel de “Teresa” versão masculina conseguia sustentar várias mentiras por um bom tempo, rendendo momentos dolorosos para Refugio. O ápice, foi seu casamento com a descompensada Olga.

Neste papel, Adriana Louvier pisou e se destacou! Ora vilã, ora vítima, Olga era uma bomba relógio de emoções, deixando sua mãe Mercedes (Lola Merino) de cabelo em pé.

No mesmo núcleo, se encontrava a melhor atuação da novela, vulgo Ernesto Laguardia como o excêntrico Romulo Ancira. Advogado corrupto, machista, cheio de tiques e extremamente preocupado com a aparência, vivido por um ator de pouquíssima testosterona!

Escalação genial!

Mantinha um caso abusivo com Flor (Martha Julia, sempre diva como “quitamaridos”), ao mesmo tempo que seu casamento falido e manipulava Olga, se fazendo de pai exemplar. Ou seja, Romulo centralizava a ação, inclusive fazendo Refugio se passar pela nana de Patrício, quando sua filha engravidava.

Como esquecer do rei criticando e imitando mulheres? Ou então, já nos últimos capítulos, do barraco sem limites que armou na maternidade, ao saber que sua filha tinha dado a luz a uma garotinha, e não a um varão?

Melhores carões!

A propósito, toda a reta final da novela foi lacrante! Reconhecendo seus erros e o sacrifício da mãe, Patrício finalmente se regenerava.

Fazendo a linha Bruno & Marrone, dormindo na praça.

A cena na qual reencontrava Refugio, ocorrida em uma igreja, obviamente, foi emocionante!

Após passar poucas e boas, Edmundo se casava em plena cadeia, vivendo uma inusitada e romântica lua de mel com Lucero.

Y llorar, y llorar…

Seu julgamento trouxe à trama o Juez Corona, atuação especial de Pedro Moreno, gatíssimo como de rotina, usando talco no cabelo para parecer mais velho.

Além de ser o dono da famosa carteira que Refugio guardou por anos, não é que ele conseguiu o que parecia impossível? Já nas últimas cenas do lacre, ela se rendeu a este sorrisinho:

– E quem não se renderia?

Se bem que há quem prefira César Evora…

– Coragem! Tem que ter coragem, né?

Todavia, existiram furos no roteiro, como o interesse pouco explorado de Raúl (Maurício García-Muela) por Julieta ou o affair de Flor e Patrício, que de nada serviu, e ainda Ericka (Amairani), que só sabia dar palpites e comer quitutes na mansão Ancira!

Sandra (Ilithya Manzanilla, sempre sem expressão) também avulsou, e mesmo seu interesse pelo sarado Silvestre (Zadkiel Molina) não vingou.

– Que pena, hein?

El Pollo (ou Tonho Axel Ricco) foi um personagem insuportável, sempre acima do tom. E o que dizer de Polo (Arturo Carmona) que falhou miseravelmente em suas tentativas de conquistar Refugio? A solução foi, repentinamente, ele gostar de Julieta.

Só que nada foi mais decepcionante que o tratamento dado à novela pelo SBT. Adiada várias vezes, substituiu “Abismo De Paixão”, uma novela com pegada totalmente diferente.

– E com uma divulgação bastante inferior!

– E queriam 10 pontos de audiência assim?

Atentas à grande estratégia.

Os números caíram, é verdade, mas jamais foram motivo para a novela ser editada e acabar sem substituta.

– Aí vem oooutra reprise de “Rubi”, marcando menos, e não sofre cortes? Sou Romulo Ancira e exijo uma explicação!

Mas ao invés de perdermos tempo tentando entender a lógica ilógica do canal, vamos encerrar esta coluna com mais algumas imagens do luxo.

“Cuando um hijo llega a la vida de una mujer, este se convierte em la joya más preciada de sua corona de lágrimas.”

Agradeço à @telesoda, pela contribuição com prints.

Por Lucas Santos

Redator Publicitário. Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos e tem autodidatismo em espanhol.

Querida Inimiga (2008)

Ideia Original: Pablo Serra e Erika Johanson

Produção Executiva: Lucero Suárez

Exibição no México: 12/05 a 10/10/2008

Exibição no Brasil: 16/11/2016 a 31/03/2017

“Querida Inimiga” foi uma grata surpresa em seu ano de produção. Numa grade repleta de remakes, Lucero Suárez e um casal de escritores peruanos tentaram a sorte com uma trama inédita.

E valeu a pena! Ainda que não tenha tido os números mais altos de audiência do mundo, “Inimiga” devolveu dignidade à extinta faixa das 18h, do então Canal de las Estrellas.

– Luxo!

O mais interessante é que, desde o título, até a sinopse, dava para perceber que o projeto não queria cair num senso comum. O foco estava em Sara (Carmen Becerra, deliciosamente exagerada) roubando o lugar da heroína Lorena (Ana Layevska, num dos seus melhores desempenhos).

Todavia, os elementos de folhetins clássicos estavam todos presentes na história! A herdeira abandonada, achando que é pobre, e na verdade é rica, a vilã que começa apenas invejosa e vai ficando louca e, claro, um galã impostado…

Que deu errado!

Sem querer querendo, este foi outro diferencial positivo da trama. Alonso, papel de Gabriel Soto, ainda muito fraco como galã, desacreditava facilmente de sua amada, graças ao plano armado por Sara e Chalo (ou Lalo, Mike Biaggio, outro que fez caras e bocas demais).

Como se não bastasse, acabava cedendo rapidamente ao jogo de sedução da víbora, em cenas pra lá de excitantes!

E beijo molhado.

E se Ernesto (Jorge Aravena) era antes um professor chato e sistemático, com o tempo, acabava mostrando seu grande coração.

E este sorrisão.

E o corpão!

Não teve pra ninguém! O carisma de Aravena fez com que o chef roubasse a torcida do público e o papel principal para ele. Quem também surpreendeu foi Socorro Bonilla como Zulema, a injustiçada mãe de Lorena. Acostumada a coadjuvantes, desta vez a atriz teve um papel à altura do seu talento e realmente nos emocionou!

Outro graaande acerto foi a grande atriz María Rubio como Hortensia Armendáriz. Sua participação começava como a de uma grande vilã, nos fazendo relembrar os tempos de Catalina Creel de “Ambição” ou de Lucrécia Montesinos, em “Salomé.

Após quase morrer na inesquecível cena na qual Sara a empurra escada abaixo, Hortensia se tornava um vegetal. Acabava arrependida e se recuperando aos poucos, graças à ajuda desta expressiva enfermeira:

Aliás, não foram poucos os momentos memoráveis da trama. Como esquecer da cena É P I C A em que Lorena, após descobrir ser uma Armendáriz, confronta Sara, que a chama de “querida inimiga”, pragueja e apanha até enjoar?

Simplesmente fantástico!

Ou então, já nos últimos capítulos, quando a vilã é desmascarada e perde a oportunidade de ficar com a fortuna de Fafy (ou David) Cuenca (Juan Peláez). Doida de pedra, a megera fugia, atropelava Ernesto e armava um circo sem fim!

Seu final, atrás das grades, com direito a reencontrar a mãe que a abandonou na lixeira, foi mais que merecido!

Lorena e Ernesto também nos presentearam com cenas românticas, algumas mais provocantes e até mesmo sequências cômicas, como as da fase em que apresentavam um programa na TV. A química entre os atores já era inegável desde os tempos de “Las Dos Caras De Ana”.

O mais curioso é que eles não se dão bem na vida real! Mas em cena, rolou até casamento e dancinhas conceituais na festa.

Também pudemos nos divertir com alguns momentos estrelados por Toríbio (Héctor Ortega), Rose (Biletot Mansur) e as simpáticas freiras do orfanato.

Ou então com a inusitada tanga usada por Julián (ou Juliano, José Carlos Femat), quando deu uma de modelo…

Trajes datados à parte, que saúde, hein, moço?

Mas nem tudo foram rosas. Como de praxe, o ponto forte de Lucero Suárez é também o fraco: simplicidade demais. Os looks não foram os mais marcantes, nem os pratos, supostamente de alta cozinha, realmente atrativos.

– Que roupinha, hein, querida inimiga?

As tramas paralelas não empolgaram. Julián bêbado era insuportável. Diana foi uma personagem pouco crível para um mulherão como Luz Elena González. Mas nada superava Greta (Dalilah Polanco) tendo um caso com Omar (Alfonso Iturralde)! Além do plot ser revoltante (o homem jamais dera indícios de ser infiel e Zulema estava em coma!) a personagem era realmente chata.

Por mais engraçados que Fafy e Santiago (Abraham Stavans, eterno membro do elenco de apoio do “Chaves”) fossem, a trama deles foi um explícito esticamento.

110 capítulos, ainda que não muitos, resultaram desnecessários! O desenrolar da trama principal acabou arrastado. No Brasil, as consequências foram sentidas em números: “Querida Inimiga” não fez sucesso.

– Ai, meu coração! Que triste.

Felizmente, o Ibope reagiu nas últimas semanas, superando com facilidade a famigerada “O Que A Vida Me Roubou” (PS: Eu avisei que não era pra exibir essa, lembram?).


No entanto, sem atores manjados, contamos com um enredo interessante, uma vilã que centralizou a ação e um novo galã que ganhou a torcida do público!

Uma novela que ninguém mais esperava ver no SBT, e se mostrou mais digna que várias, tão pedidas via internet, mas que, quando exibidas, acabam é afastando a grande audiência!

Agradeço à @telesoda, por maaais uma vez me ajudar com os prints. ❤

Por Lucas Santos

Redator Publicitário. Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos e tem autodidatismo em espanhol.

Kate Del Castillo X Silvia Navarro: Compare “A Mentira” e “Cuando Me Enamoro”

Ano passado, nos emocionamos com a “A Mentira“, na reprise do SBT. O folhetim foi um êxito internacional protagonizado por Kate Del Castillo, hoje uma polêmica estrela “narco”, e Guy Ecker, eterno galã brasileiro de novelas latinas.

Vale comentar que a trama não era inédita quando produzida no México, em 1998, por Carlos Sotomayor. “La Mentira”, título original, nasceu de um texto beeem antigo, da autora Caridad Bravo Adams. Foi a versão de maior repercussão e audiência, exibida pela Televisa e, claro, serviu de base para outros remakes depois.

Sdds criatividade

“Cuando Me Enamoro” foi a regravação de maior sucesso e, sem dúvidas, a que mais se distanciou das outras adaptações. Produzida por Carlos Moreno em 2010-11, teve como protagonistas Sílvia Navarro (conhecida no Brasil graças à Ana de “Meu Coração É Teu”) e Juan Soler (de “A Outra” e “A Feia Mais Bela”). O casal encarnou Renata e Jerónimo, personagens correspondentes a Verônica e Demétrio.

Logo nos primeiros capítulos, damos de cara com uma das maiores mudanças no enredo: a história se inicia 25 anos atrás, e a antagonista principal responde por Pepa (Margarita Magaña, na primeira fase).

Ou seria Fina?

Ela é a mãe da pequena Roberta, fruto de um caso com Roberto (Sebastián Rulli, em participação especial, com um rabo de cavalo conceitual), homem rico e casado. Ao ser desprezada por ele, Pepa provoca a sua morte e ainda rouba sua filha legítima. Ela decide criar as duas garotas como irmãs gêmeas. Mais tarde, a megera muda de nome para Josefina e fisga outro milionário, que já é pai de um garoto.

Anos depois…

Opa! Duas garotas criadas como irmãs, um filho + um casal old school?

– É, eu já conheço essa história…

Isso mesmo! Na adaptação de Martha Carrillo e Cristina García, a grande vilã da trama foi a ótima Rocío Banquells, que deu vida a personagem que, no luxo de 1998, conhecemos por Sara (Rosa Maria Bianchi).

– Ok que eu fui uma chata, mas não precisava exagerar na mudança!

Já crescida, Roberta (Jessica Coch) se envolve com Rafael (Sebastián Zurita), que correspondem a Virgínia e Ricardo (Rodrigo Abed).

Outra diferença: Roberta não é maldosa como a falsiane vivida pela saudosa Karla Álvarez. Inclusive, ela realmente gosta de Rafael, mas graças a sua mãe, eles acabam separados.

– Bege que não vou causar horrores igual a reina Virgínia.

Então, Rafael morre…

É aqui que surge Jerónimo, disposto a vingar a memória de seu irmão, e acaba mirando no alvo errado – igualzinho nas outras versões! O galã conquista a bela Renata, para o desespero de Matías.

– Alô, Renata?

– Sorry, Matías, mas esse Soler é igual vinho!

Eliminado, não fez o requisito.

O personagem de José Ron consegue ser tão irritante quanto o de Sergio Basañez, na pele de João (ou Juan)!

Porém, conforme a novela avança, o bonitão desencana da mocinha, e acaba mais dividido que a Anahí entre outros amores.

– Mas gente…

– Passada com a versão livre.

Renata deixa sua carreira de executiva (não de atriz) de lado e se casa com Jerónimo, aceitando viver na fazenda “La Bonita”, na qual são cultivados vinhedos (e não agaves).

Ali, a relação de amor e ódio entre nossos heróis também pega fogo, com direito a mais alterações!

Adoro!

Agustín (Lisardo, o vilão Henrique de “Meu Coração”) corresponde ao tiozinho apaixonado por Verônica, em “A Mentira”.

No entanto, ele não é bonzinho como Belot (Tony Bravo), e sim um vilão, que apronta poucas e boas, mas se paga de santinho para Renata!

Na fase separados, tentando esquecer sua amada, Jerónimo se envolve com Marina (Martha Julia), uma espécie de Nicole, só que sem ser mimada e chata, como o papel antes defendido por Mayrín Villanueva.

Enquanto isso, Regina (Julieta Rosen) sofre por não saber o paradeiro de sua filha, que foi roubada quando ainda era bebê…

Sim, ela é a mãe biológica de Renata, ou seja, é a Miranda (Blanca Guerra) desta adaptação!

Além da enorme diferença na forma qual as personagens são inseridas na história, temos também uma diferença gritante de talento entre Rosen, péssima e inexpressiva, e Blanca, num de seus melhores desempenhos em papel de boazinha.

Regina se apaixona por Gonzalo (René Casados, que ao contrário dela, tem excesso de expressão facial!), pai de Matías, marido de Fina, que criou Roberta e Renata como suas filhas. Ou seja, he is the new Teodoro (Eric Del Castillo).

.observando certas escalações

Um delicioso jogo de paixões e filhos perdidos, ingredientes de um ótimo circo uma ótima novela mexicana, né, mores?

– Seja 1998, 2010 ou hoje, nós a-do-ra-mos!

Confira mais algumas relações entre os dois novelões!

Grettel Valdéz é Matilde, a Jandira (ou Yadira, Roxana Castellanos) da vez! Como “Cuando Me Enamoro” é mais longa, ela acaba vivendo sua própria história de amor, quando desencana do patrão.

– Mesmo papel que faço em “O Que A Vida Me Roubou”, mas sem ser malvada, tá?

 

Constanza (Lourdes Munguía) e Honorio (Alfredo Adame) são tão simpáticos quanto Letícia e José, papéis de Silvia Mariscal e Carlos Cámara (sdds rei!) em “Mentira”, e eles ganham seus próprios dramas ao longo da trama. Por exemplo, Constanza chega a viver um romance a lá “Olhar De Mulher” com Chema (Ferdinando Valencia) e a protagonizar uma cena deliciosamente circense, na qual quase é assassinada por Pepa!

Yolanda Ventura e Odiseo Bichir assumem os personagens que antes foram de Tina Romero e Salvador Pineda, e dessa vez o médico não se regenera!

Luis Gatica esteve nas duas versões. Foi o vilão Santiago na primeira e o sofrido Lázaro na segunda!

– Pagando pelos pecados do Santiago até hoje!

Uma das coisas que eu, particularmente, mais gostei na releitura de 2010, foi Renata e Jerónimo formarem um casal com vida própria, saaabem? Ela tem seu próprio carisma, sem viver à sombra de Verônica. Ele passa mais tempo preocupado com seus amores que com sua vingança, risos.

Um par que segue atuante, mesmo em meio ao show de maldades estrelado por Fina.

E aí, gostou do comparativo? Vamos torcer para que, um dia, “Cuando Me Enamoro” também chegue ao Brasil!

– Vamos sim!

A novela tem belas locações, um elenco talentoso e conhecido. Só não foi tão boa quanto “Lo Imperdonable”.

Quase peguei você, hein?! Kkkk. “Cuando Me Enamoro” além de não se limitar em ser apenas um copy paste de sempre remake de “A Mentira”, fez muito sucesso! Diferente de outras, que têm mais é que passar bem longe do Brasil!

– Um brinde a isso!

Agradeço a @SodiMx, sempre me ajudando com prints conceito.

Por Lucas Santos

Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos, tem autodidatismo em espanhol e atua profissionalmente como redator publicitário freelancer.

SD: Novelas da década passada que acabaram esquecidas pelo SBT

“Querida Inimiga” está chegando ao fim no Brasil, mas segue cativando fãs. Infelizmente, seu desempenho em números no Ibope não começou nada animador.

– Que triste!

Com o tempo, a audiência foi melhorando, e a novela não chegou a marcar números tão vergonhosos como algumas pessoas haters pintam. O título se mostrou um lacre moral, com um elenco afinado, mesmo já tendo mais de 8 anos de produção.

– 8 anos? Tudo isso?

“Inimiga” foi rodada em 2008, em formato SD. Por isso sua imagem fica com aquelas faixas pretas dos lados. Alguns “especialistas” de plantão insistem em afirmar que por isso a novela não deu muito certo aqui.

– Então como “Cuidado Com O Anjo” e as inúmeras reprises de “Maria Do Bairro” deram?

E se fosse mesmo assim, “O Que A Vida Me Roubou” não teria fracassado tanto nos primeiros meses de exibição né?

.lendo as desculpinhas furadas.

Na minha humilde opinião, “Inimiga” não pegou porque sua divulgação foi fraca, pouco chamativa e o desenrolar dos seus capítulos, sejamos sinceros, é um tanto arrastado.

– Não que isso apague o brilho da sua história!

Pensando nisso, listei alguns folhetins que são mais a cara das “Novelas Da Tarde” do SBT. Ok, alguns não são tããão a cara assim, risos! Mas acredito que, mesmo tendo por volta dos seus 10 anos de idade e gravados no saudosista formato Standard Definition, são novelas interessantes e que poderiam ter tido seu lugar ao sol se exibidas e divulgadas como se deve no Brasil. Confiram quais são:

Amar Otra Vez (2003-04) – Para quem é mais jovem, talvez o nome soe estranho, mas trata-se de um hit das tardes mexicanas, nos anos 2000. “Amar Outra Vez” foi um novelão clássico, simples e gostoso de assistir!

No roteiro, a costureira Rocío (Irán Castillo) é enganada por seu prometido, o interesseiro Fernando (Rafael Amaya, hoje uma estrela “narco” na Telemundo). Ela descobre que é possível amar outra vez ao lado do nobre e trabalhador Daniel (Valentino Lanús) – que resulta ser o meio irmão de Brenda (Margarita Magaña), justamente a esposa de Fernando.

É ou não é a cara de novela do SBT? Essa produção de Lucero Suárez fez muito sucesso estreando antes nos EUA, e levantou a audiência da extinta faixa das 16h da Televisa, em 2005.

– Pisamos.

Amarte Es Mi Pecado (2004) – Com uma sinopse baseada em filmes antigos, o saudoso “señor telenovela” Ernesto Alonso conseguiu com esta novela, devolver a dignidade a faixa das 20h da Televisa naquela época.

Nora (Yadhira Carrillo) é uma mulher pra lá de azarada, enganada pelo boy e negociada sem saber pela própria madrasta Isaura (Sylvia Pasquel, em uma atuação genial) com um homem velho e casado que deseja possuí-la a todo custo.

Passado o trauma, ela conhece o piloto de avião Arturo (Sergio Sendel como galã, acreditam?), por quem se apaixona e é correspondida. Mas o calvário da heroína está só começando. O bonitão também desperta sentimentos na jornalista Paulina (Alessandra Rosaldo), com quem acaba passando uma noite de amor, após tomar todas. Nora então endurece seu coração e se torna uma prostituta de luxo.

– Gente!

A novela dividiu opiniões por onde passou. Sempre acontecia alguma reviravolta, mudando os rumos dos protagonistas. Destaque para Tiaré Scanda e Margarita Isabel, em personagens cruéis e cômicas ao mesmo tempo, que roubaram deliciosamente a cena!

Piel De Otoño (2004) – Um grande sucesso de crítica, com rating expressivo nos EUA e em outros países, mas que não teve a mesma sorte no México. Foi uma espécie de “Yo No Creo Em Los Hombres” (2014) da década passada, pois também tratava de assuntos delicados e foi desperdiçada à tarde.

– Chock.

Sua trama conta a história de Lucía (Laura Flores, sempre ótima), esposa e mãe dedicada, constantemente humilhada pelo companheiro Ramón (Sergio Goyri, num de seus melhores vilões). Ela descobre que a felicidade é mais que ter marido, família e dinheiro ao conhecer “ Viento”, em uma sala de bate papo. Mais à frente, revela-se que ele se chama Santiago (René Strickler), um espanhol bonitão, disposto a amar Lucía como ela merece.

Teria sido ótimo ver essa trama, em um momento no qual a emissora de Silvio Santos quisesse apostar em histórias diferentes.


Novela mais moderna que várias recentes.

Somente soariam estranho os computadores pré-cambrianos que Lucía e Santiago usavam para se comunicar…

Apuesta Por Um Amor (2005) – Também numa linha de roteiros diferenciados, porém com os truques folhetinescos clássicos, que tanto nos emocionam em circos novelas rurais!

A fazendeira Júlia (Patricia Manterola) tem fama de machona no povoado em que vive com sua família e está desiludida com o amor. A chegada do forasteiro Gabriel (Juan Soler) promete mudar essa história! Disposto a domar essa “potra”, ele aposta todas as suas cartas para conquistá-la.

No entanto, os desejos de La Mariposa (Mónika Sánchez, em um papel mais exótico que o de “A Gata”), a ambição dos vilões e o gênio de Júlia prometem não facilitar esse romance.

“Apuesta” foi um dos maiores sucesso de 2005 na Televisa, mesmo tendo sido rejeitada pelo público inicialmente. Após ajustes por parte da produção, chegou a travar verdadeiros embates de audiência com “A Madrasta”, o grande êxito da época.

 – Que lacre!

Alborada (2005) – Novela de época, bastante recordada até hoje, já que seus protagonistas são Lucero e Fernando Colunga.

De novo eles?

Sim! Pela primeira vez juntos, a atriz do remake de “Carinha de Anjo” e o eterno galã de chicanas, estrelaram a polêmica história de Maria Hipólita e Luis. Ela, casada com Antonio (Arturo Peniche), não consegue despertar sua paixão na cama, e ainda é ultrajada pela sogra, Adelaida (Zully Montero).

– Babado certo!

Uma bela noite, Hipólita finalmente perde a virgindade, crente de ter sido com o marido. Só que, na verdade, ela se entregou a Luis, um homem que ela sequer conhecia, mas que aceitou se passar por Antonio, a pedido de sua mãe.

Pode não ser o estilo de novela que dê certo no SBT, mas só pela ousadia do roteiro e pelo elenco que conta com Daniela Romo, Ernesto Laguardia, Irán Castillo, Mariana Garza, Luis Roberto Guzmán, Alejandro Tomassi, Valentino Lanús e outros, certamente, seria teria valido a tentativa de lançar “Alborada” por aqui.

Las Dos Caras De Ana (2006-07) – Título exibido e bem aceito em vários países, mas que passou batido no México. A razão? Ser rodada em Miami, em parceria com a extinta Fonovídeo (a mesma produtora responsável por “Gata Selvagem” e por alguns takes de gosto duvidoso em “Cuidado Com O Anjo”).

Para nós isso pode ser irrelevante, mas no México, nenhum fruto dessa parceria funcionou. Ainda assim, “Las Dos Caras” teve uma boa história. Mostrou a aspirante a atriz Ana (Ana Layevska, ótimaaa) ter sua família e sua vida destruídas pelo playboy Ignacio (Mauricio Aspe, na melhor atuação da vida) e pelo pai dele, o poderoso Humberto (Leonardo Daniel).

Então, sedenta por vingança, Ana inventa a personagem Márcia, e se reaproxima dos vilões. Seu plano até funcionaria, se ela não estivesse apaixonada por Rafael (Rafael Amaya outra vez), que também sonha em ser ator, mas é, adivinhem só: irmão de Ignacio.

Novelão, né? Este redator que vos fala viu essa novela na íntegra e achou mais dinâmica que “Querida Inimiga”. Vale comentar que María Rubio, que amamos odiar em habituais papéis de vilã, como Hortênsia e Catalina Creel, viveu aqui a bondosa Doña Graciela, que ajuda a Ana a se passar por Márcia.

Destilando Amor (2007) – Na verdade, a antiga direção de teledramaturgia do SBT chegou a apostar nesta novela. “Destilando” estreou no mesmo ano de produção por aqui, com curta divulgação, de apenas 2 ou 3 chamadas (!), e dublada em cima da hora.

– Parece que a história sempre se repete, né?

O curioso é a novela ser remake de “Café Com Aroma De Mulher”, a trama colombiana superestimada de sucesso que todos conhecemos, e a emissora sequer ter usado isso como chamariz na época.

A história é a mesma, com a diferença que esta Gaivota (Angélica Rivera, atual primeira dama do México), trabalha em colheitas de agave – planta da qual é extraída a tequila.

O resultado aqui foi catastrófico e a novela saiu do ar. Já no México, foi um verdadeiro fenômeno e seu sucesso se repetiu em muitos países.

Dizem por aí que a Gaivota da Televisa quase pousou em terras brasileiras novamente ano passado. Porém, todos os folhetins com a presença de Rivera estariam vetados mundo afora, enquanto seu marido, Enrique Peña Nieto for o presidente do México. Uma pena, pois “Angela”, um antigo sucesso da atriz, também estaria dublado e esquecido na gaveta da emissora paulista. 

– Morram de sdds de mim, queridinhos.

Al Diablo Con Los Guapos (2007-08) – Grande sucesso do gênero rosa mundo afora! Seus números não chegaram a ser tããão altos no México, mas elevaram muito os índices da extinta faixa das 16h da Televisa, 10 anos atrás.

No enredo, Mili (Alisson Lozz, hoje afastada das novelas, por ter se tornado Testemunha de Jeová) é uma garota extrovertida, crescida em um orfanato, que ama futebol e música. Ao completar 18 anos, ela se torna empregada da família Belmonte, e precisa aturar o mauricinho Alejandro (Eugenio Siller, mais gato do que nunca), com quem vive às turras e por quem acaba completamente apaixonada.

Além da diferença de classes sociais, entre eles existe um segredo: Mili é filha bastarda de Cosntancio (César Evora, em um papel adoravelmente cruel e cínico), que todos acreditam ser o pai de Alejandro.

A novela contou com todos os clichês e um insólito esticamento, no qual a mãe da mocinha é ressuscitada pelos roteiristas… mas é simplesmente irresistível! O humor não é forçado e o elenco foi muito bem escolhido. Destaque para Laura Flores, que viveu a embriagada Luciana, mãe do galã e esposa desprezada por Constancio.

– Não exibir minha novela foi um dos maiores desperdícios já cometidos pelo SBT!

Realmente, Mili!

Agora, pensem num circo em que tudo pode acontecer…

.pensando

Tormenta Em El Paraíso (2007-08) – Esta é a história de Aymar (Sara Maldonado, com a inexpressão de sempre) e Nicolás (Erick Elías), que desconhecem os segredos que uniram seus pais no passado e se apaixonam. Mas quem realmente interessa aqui é Maura (Mariana Seoane, deliciosa como de rotina), jovem perversa, capaz de usurpar identidades e se envolver ao mesmo tempo com os irmãos David (José Luis Reséndez, hoje figurinha carimbada da Telemundo), Leonardo (Ernesto D’Aléssio) e, claro, Nicolás.

A verdadeira “tormenta” dessa novela foram os bastidores. Diante de sua mocinha apagada, Sara chegou a se afastar por alguns capítulos. Na história, Aymar morria em uma acidente de carro, com explosão e tudo. Só que, não é que acham um jeito de trazê-la de volta?

E sem nenhum arranhão.

Um “bodrio” ótimo, no qual Ingrid Martz, na pele da desmemoriada Sirenita, e Seoane roubaram totalmente a cena.

Teria bombado aqui sim ou com certeza?

Alma De Hierro (2008-09) – Uma trama diferente, no qual os conflitos da família Hierro são mostrados aos poucos.

Aqui, pai, mãe, filhos e agregados vivem cada um os seus dramas e amores. E eles são interpretados por ninguém menos que Alejandro Camacho, Blanca Guerra, Angelique Boyer, Jorge Poza, Eddy Villard, Martha Julia, Alberto Estrella, dentre outros.

– Que familiona da p****!

A trama misturou comédia com problemas da vida real, que qualquer outra família poderia enfrentar. Foi um sucesso mais de crítica que audiência, mas não fez feio. Foi ainda primeira novela Zuria Vega, a eterna Estrelinha marinheira de “Mar de Amor”, e, muito que infelizmente, a última de Adamari López, hoje, apresentadora de TV.

Será que daria certo no SBT? Dependendo do horário, nunca se sabe!

E finalizo este especial com uma das novelas mais pedidas em grupos do Face e em perfis do Twitter!

– Por supuesto, mi amor!

Em Nombre Del Amor (2008-09)  – Trata-se da história de Paloma (Alisson Lozz, em seu último papel), adolescente supostamente órfã, que vive com suas tias, a bondosa e submissa Macarena (Victoria Ruffo coadjuvando) e a víbora doida Carlota (Letícia Calderón, a eterna “Esmeralda” mexicana).

A vida da garota muda quando ela se apaixona por Iñaki (Luis Hacha), que morre inesperadamente no dia do seu casamento. O amor volta a bater em sua porta, agora por Emiliano (Sebastián Zurita), mas Paloma ainda terá de enfrentar muitos obstáculos em nome do amor, já que ele está comprometido com Romina (Altair Jarabo), sua BFF de infância.

Esta novela foi um grande sucesso de público e crítica. Não foram poucas as reviravoltas e segredos revelados ao longo dos seus capítulos, com direito a um delicioso esticamento, no qual novos e cativantes personagens se uniram ao elenco.

O falso fanatismo religioso de Carlota e sua obsessão pelo Padre Cristóbal (Arturo Peniche) roubaram a cena. Todavia, Paloma foi uma mocinha importante do início ao fim, e muito se lamenta a precoce “aposentadoria” de Alisson como atriz.

– Melhor que muitas que seguem no ar.


– Pois é, risos.

Entre novelas mais conhecidas que outras, sucessos e alguns fracassos injustiçados, atores afastados e outros que seguem no ar, espero de ❤ que tenham gostado do especial!


Até a próxima!

Agradeço a @SodiMx, que segue me ajudando com prints maravilhosos.

Por Lucas Santos

Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos, tem autodidatismo em espanhol e atua profissionalmente como redator publicitário freelancer.

Camila (1998-99)

Ideia Original: Inés Rodena

Produção Executiva: Angelli Nesma Medina

Exibição no México: 14/09/1998 a 25/01/1999

Exibição no Brasil: 19/02 a 22/06/2001

A luta da humilde provinciana Camila, primeiro por encontrar seu marido Miguel na cidade grande, depois por criar seu filho sozinha, foi um grande sucesso no México e fora dele. Aqui, a novela chegou a dar um absurdo pico de 20 pontos de audiência, quando exibida na “Tarde de Amor”, extinta faixa de novelas do SBT.

– Arrasamos.

“Camila” ainda deu aquele empurrãozinho que faltava na carreira de estrelas juvenis da época, dentre elas, Margarita Magaña, desde então eterna coadjuvante.

– Gente, estou no trailer de divulgação!

Também Kuno Becker, como o galãzinho Julio, Lisette Morelos, como a sedutora Ingrid…

E, claro, Adamari López, no papel de Mónica, rival de Camila.

Só que mesmo sendo remake de “Viviana”, clássico dos anos 1970 com Lucía Méndez (diva, hoje toda plastificada) e Héctor Bonilla (o garanhão que participa do “Chaves”, em um episódio mítico), “Camila” acabou sendo, em sua época, um dos maiores circos levados ao ar pela Televisa!

Involuntariamente, consegue ser mais engraçada que várias comédias!

Isso se deve, em partes, a intromissão do protagonista Eduardo Capetillo no roteiro. Casado na vida real com Bibi Gaytán, a intérprete da mocinha, mandou e desmandou nos rumos da personagem e quase não a deixava contracenar com outros atores.

#galã #bravo #ciumento #machoalfa #roteirista

Ou seja, se você chegou a torcer pelo Julio ou mesmo pelo coroa Armando (outro advogado feito pelo grande ator Enrique Lizalde), perdeu seu tempo! Camila estava fadada a ficar com o péssimo Miguel, em cenas de beijos avassaladores como este…

Diante das mudanças na trama, Biby foi vendo sua Camila perder espaço gradativamente. Ao chegar à capital, por exemplo, a personagem ganhava vizinhos que sempre tinham mais falas que ela, a começar por Dona Rosário (Patricia Martínez como Doña Chayo, no original).

– Minha chance de brilhar!

– Aproveita, que depois disso, no máximo, você consegue ser mãe de algum RBD.

Rosário tinha história própria. Guardava um desses graaandes segredos, que a levavam a proteger o filho malvado, Inácio (ou Nacho, Julio Mannino), e crucificar o outro, Paulo (ou Pablo, Abraham Ramos), um bobalhão apaixonado pela protagonista insossa.

Sim, o mesmo que fez papéis similares em “Maria Isabel” e “Cuidado com O Anjo”.

Inácio, igualmente destacado, se envolvia com Iris (Arlette Pacheco), uma prostituta pra lá de vulgar, que também escondia um fato: Beatriz (Yuvia Charlin), sua irmã muda, era na verdade, sua filha precoce.

– Aqui, todo mundo tem assunto.

Camila ficou mais ofuscada que nunca quando resolveu trabalhar num centro de estética, cheio de personagens secundários. Lá, fez amigas expressivas como esta:

E também uma inimiga: Cilene (ou Selene), papel de Lourdes Reyes, outra eterna coadjuvante.

Super expressiva também.

No local, circulavam vários boys sarados e gatos, para deleite das donas de casa e de Natália (Rebeca Mankita), a sócia majoritária do local.

O eterno pintor de “A Usurpadora”.

Outros nem tão gatos assim…

Aqui, um plot machista ao inverso: Natália não resistia aos bonitões e acabava traindo o marido Hernán (Daniel Gauvry) sem motivo algum!

Voltando a nossa heroína, seu destino era mesmo virar empregada na casa de Armando, que resultava ser o sogro oficial de Miguel. Isso mesmo! Nosso galã misógino casava com Mónica e Camila ao mesmo tempo!

– E todos acabavam morando na mesma casa.

A mocinha ganhava a confiança de Ana Maria (Gabriela Goldsmith, com um sorriso cativante), já moribunda, e prometia se casar com seu marido.

Mas a boda não foi levada a cabo. Aqui, o argumento de Viviana acabava, e dava lugar a uma série de acontecimentos bizarros, tipo Julio virando amante de Mónica, que enjoava rapidamente de Miguel.

Assim, ela ganhava mais motivos para odiar Camila.

Miguel foi preso por bigamia, junto a Paulo, acusado injustamente de roubo, e ao pai biológico deste (?!) (Sim, todos ao mesmo tempo). Ao tentar fugir do México, o garanhão acabava na casa da viúva Elisa (Indra Zuno, repetindo com ele a parceria de “Marimar”). Ela o via como seu marido falecido que, em fotos, era mesmo o Capetillo com uma peruca (!!!).

Mil tramas ganharem destaque, como Laura (Magaña), que casava com Iván (Raul Magaña), e então descobria que ele não tinha onde cair morto. E ele, que também pensava estar fazendo um bom negócio, descobria que sua mulher também era pobre. Sorte que se amavam de verdade (!!!!!).

Iris, ao trair Inácio, acabava levando uma facada no rosto, ficando desfigurada. Já na última semanas, Camila sofria um atentado e perdia os sentidos. Curada em um passe de mágica, despertava outra paixão, agora no irresistível Dr. Wicks (Victor Noriega).

Em apenas 90 capítulos, rolou muita coisa! Óbvio que Adamari López aproveitou a bagunça e roubou a atenção com sua Mónica. De menina mimada, passou à louca e assassina! Mais impressionante que isso, somente o seu olhar fulminante…

Volte à atuação, Adamari. Eu imploro!

“Camila” foi daquelas novelas absurdas, mas que segurava qualquer um na frente da TV, fosse por causa alguma sub trama, pela vilã causante ou simplesmente pela expectativa de qual seria a próxima enrascada na qual a personagem-título se meteria. Um inegável sucesso, nunca reprisado no SBT.

Arrasada.

Nosso sorriso, se isso um dia acontecer, será assim…

Ou assim:

Ou quem sabe assim…

Por Lucas Santos

Graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, utilizou a divulgação de telenovelas como tema de seu TCC. Apaixonado por calor, café e comunicação, possui formação em produção audiovisual também. Vê novelas há mais de 20 anos, tem autodidatismo em espanhol e atua profissionalmente como redator publicitário freelancer.